Eu tive muitos blogs antes. Sempre foram uma forma de entretenimento produzido por mim, para os outros. Gostava da ideia de saber que tem gente que se identifica com as minhas palavras por aqui. Ainda gosto muito. São no mínimo 10 anos online - indo, vindo, voltando e contornando vontades e inseguranças. Talvez, eu lembre desse dia no futuro como o dia em que decidi abraçar a mim mesma em um tempo de crise. Ou o dia em que eu decidi parar de ter medo.
Eu tenho medo do que eu sinto, sabe? Ou então, de expor o que eu sinto por medo de ser julgada e de simplesmente desagradar. Já faz um certo tempo que os sentimentos são assustadores para mim e é recorrente esse negócio de organizar as palavras minuciosamente para que tudo fique claro e ninguém me odeie no final. Eu sou mulher, e ser imparcial e manter as coisas pra nós mesmas é algo que nos ensinam desde que aprendemos a raciocinar.
Que bom que vivo no século XXI e minha decisão hoje é me permitir sentir e assumir esses sentimentos. Lembrei que a escrita sempre me ajudou a superar a insegurança e o medo. Num dia como hoje, resolvi desabafar num papel (página em branco do word), porque afinal de contas, escrever sempre será pra mim o melhor jeito de escancarar minhas vontades. Voltei pra cá, de novo, porque quero compartilhar minhas divergências comigo mesma e talvez com você, que, quem sabe, vai se identificar com uma ou duas palavras do que ler por aqui.
Não quero mais guardar tudo pra mim. Não quero mais me calar. Quero enfrentar minhas inseguranças e encarar esses medos num combate corpo-a-corpo. Declaro hoje, 19 de abril, o dia da minha independência, porque cansei de ser refém de mim mesma em uma sociedade que por si só já faz muito bem o papel de oprimir. Espero que gostem do que está por vir, mas se não gostarem, tudo bem - afinal, essa experiência é mais minha do que sua, mesmo.