Refletir sobre as coisas nunca foi uma tarefa difícil pra mim. Mas escrever sobre o que eu penso e sinto já foi mais fácil, um tempo atrás. Percebo isso pela quantidade de vezes que tentei escrever algo nos últimos meses e essa tarefa parece cada vez mais complicada quando precisa vir acompanhada de ideias novas e propostas que deixarão as pessoas curiosas e com vontade de ler meus rascunhos. Dizem que faz parte e que todos nós temos momentos assim, e eu concluo com certeza através disso que preciso exercitar mais minha imaginação sedentária. Então, vamos lá.
Os últimos dias de todos os anos sempre me deixam empolgada. Empolgada com a perspectiva de que as coisas podem ser diferente. Acho que o ano novo sempre traz junto com um novo calendário uma ilusão de que as pessoas podem se reinventar, e eu acredito nisso fortemente. Por mais que todos os anos eu falhe em alguns quesitos e deixe metas sem cumprir, com a desculpa de que irei mantê-las para o próximo ano.
A verdade é que não tem problema não cumprir alguma meta, porque estamos em constante metamorfose e é muito complicado terminar um ano com a mesma perspectiva que começamos. É muito mais provável que deixemos a nossa lista sem nenhum ou com pouquíssimos “check” e façamos coisas que nem imaginávamos no dia 31 de dezembro.
Meu último ano foi uma completa “doideira” em termos de amadurecimento. 2016 terminou turbulento, 2017 começou estranho demais e eu estou terminando o ano de uma maneira que jamais imaginaria.
E o que aconteceu? Cresci!
Considero que meus pensamentos deram um salto de março, por exemplo, até hoje. No início, me recuperei das turbulências de ano de vestibular e precisei encarar várias coisas que não têm data certa pra acontecer de verdade. Conheci, nesse meio tempo, vários autores que estiveram comigo o tempo todo durante o ano através de citações que me inspiraram muito (alô, Pinterest!). Conheci muitas músicas, muitos livros, muitas séries e muitos filmes. E passei a me conhecer melhor.
De um modo geral, acho que eu comecei a me entender um pouco mais. Depois de um ano cheio de crises de ansiedade, veio por fim a calmaria quando eu percebi que o tempo é uma constante. Ele não para e não muda só porque a gente quer. A gente se decepciona, se recupera, fica triste, feliz, se apaixonada, deixa ir… Tudo no tempo certo. E no fim todo aquele clichê de que as coisas passam e que o tempo cura tudo é a maior verdade de todas.
Sempre senti as coisas muito intensamente. O que muda do início ao fim deste ano é que eu descobri que consigo levantar de novo, depois de tropeçar. Acredito que todas as pessoas que entraram ou saíram da minha vida esse ano tiveram um papel importantíssimo em algum momento, e desejo que elas saibam disso. Ninguém entra na vida de ninguém por acaso. Algumas dessas pessoas deram um nó gigantesco no meu cérebro. E outras estiveram ali para dizer simplesmente “é só puxar essa cordinha que o nó se desfaz”. À todas essas pessoas, muito obrigada por me ajudarem a amadurecer, crescer e entender melhor ao mundo. Se bem que dizer que entendemos alguma coisa é muita pretensão.
Para o próximo ano, tudo o que desejo é que todos nós sigamos sempre amadurecendo. Que entendamos que nunca seremos capazes de entender completamente o que outra pessoa está sentido, mas que podemos ajudar com um abraço ou dando o espaço necessário para que uma outra alma se cure sozinha. Desejo menos hipocrisia e mais leitura, mais interpretação, mais pesquisa e mais descobertas, para que todos vejamos que não existe uma verdade absoluta. Muita maturidade para aceitar as outras pessoas assim como gostaríamos de ser aceitos. Muita paz. Muita luz. Muito conhecimento. E que todas as coisas boas prevaleçam, mesmo quando as coisas ruins baterem à porta.
Com amor, Carol.